domingo, 18 de setembro de 2016

Texto do Curso


0,Para a leitura de alunos e convidados
OFICINA DE INICIAÇÃO ÀS TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO PREVENTIVAs
EM ACERVOS BIBLIOGRÁFICOS


PARTE TEÓRICA:

I - Fundamentos de conservação-restauro 

1. Ética e história da Conservação/Restauro:
Vd 1, 2, 3, 4
  • ênfase nas boas práticas de ambientação e guarda de livros e documentos
Verdadeiramente mais que climatização, luzes frias especiais com baixos teores de radiação violeta ou  cuidados com a umidade, o maior cuidado na manutenção dos acervos se identificam pela forma de disposição das estantes e da forma como estão dispostos os volumes.
Diferentes das livrarias que valorizam o salão com estantes baixas deixando as paredes para grandes estantes altas possibilitando a visibilidade total do ambiente e ocupando todos os lugares com a maior quantidade de livros que for possível, bibliotecas tem como prioridade o cuidado com as condições de higienização, circulação do ar  e condicionamento confortável do acervo, evitando a compactação.
Livros necessitam "respirar", isto facilita a pega e o controle de pragas e umidade os dois maiores vilões de acervos em papel.
Modernas bibliotecas tem utilizado os espaços junto às paredes para ninchos digitais e o miolo dos salões para as estantes dispostas paralelas à circulação de ar do ambiente, de forma a não oferecer resistência e permitir que o ambiente inteiro tenha níveis de umidade e temperatura equalizados, a manutenção de aparelhos de ar-condicionado e desumidificadores de ar estratégicamente colocados completam o que é sempre o simples e o óbvio mas onde frequentemente encontramos erros.
  • história da evolução das práticas de conservação
Da Antigüidade aos nossos dias, a fabricação do papel sofreu inúmeras modificações; na década passada cresceu o uso de papel alcalino para a produção de livros porém antes disto em alguns países quase todo o papel disponível, a preço acessível, era muito ácido, dificultando a capacidade das bibliotecas e arquivos de garantirem a longevidade de seus acervos.
A rápida deterioração da maioria dos livros e documentos é o resultado mais visível dos muitos fatores que se combinam para ameaçar a longevidade dos registros de informação.
A consciência do problema da preservação resultou no aumento das
propostas de programas de preservação em bibliotecas e arquivos; medidas preventivas, dentre elas, a higienização.
Esta preocupação do que preservar é relativamente recente no Brasil. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, (IPHAN) hoje vinculado ao Ministério da Cultura, foi criado em 13 de janeiro de 1937 pela Lei Nº 378, no governo de Getúlio Vargas foi a resposta do Brasil à esta necessidade.
  • política não invasiva e respeito ao estilo.
Conservar é claramente deixar materiais preservados e fiéis à forma, à utilização e ao estilo de quando foram criados, porém quando é restaurar o trabalho frequentemente somos levados ao paradóxo da impossibilidade de faze-lo totalmente fiel, afinal o papel é um material facilmente degradável, combustível, afetado por um bilhar de microorganiosmos nocivos que podem marcar definitivamente a estrutura, a textura ou a coloração de parte ou do todo do substrato, isto sem falar de infestações insetívoras  e suas redes infindáveis de túneis e sujeidades sem fim.
Nestes casos importa sempre conservar o máximo dos materiais originais e quando isto não for possível faze-lo o mais semelhante quanto possível.
Mesmo quando não temos mais capas, lombadas ou outros elementos visuais que possam ajudar na identificação da aparência de uma encadernação pode-se tomar por base a datação e a origem do exemplar para definir o estilo a ser observado para proceder o restauro.
Faz-se necessário o estudo e a pesquisa em bibliotecas visando os traços históricos, artísticos e estilísticos, o padrão de utilização de materiais e possíveis técnicas particulares de encadernadores antigos.

2. História do Papel:
evolução dos substratos para armazenamento da informação

2.1 Evolução dos suportes para escrita até séc. XIX
  • substratos em pedra, argila e metal 

Desde a pré-história o homem utilizou-se de diversos meios para registro visual do que pensava ou via, e mesmo depois os substratos utilizados sempre foram diversos e adequados conforme sua finalidade ou disponibilidade de matéria-prima.
Placas de ouro para registros religiosos, de leis ou o mais frequente nestes casos: a junção de ambas as funções por sacerdotes ou regentes teocráticos.
Placas de argila e madeira também eram usadas para sinalização por ideogramas ou mesmo por textos.
Couros de animais, tecidos e papiros universalizaram-se devido ao fácil manuseio e transporte, podedo ser enrolados, dobrados ou dispostos em folhas ( esta ultima a forma ancestral dos livros modernos.
  • tipos de papel através da história:
O homem começou a registrar sua história por volta de 6000 a.C., através de entalhes em pedra, madeira ou placas de barro. A escrita surgiu independentemente no Egito, na Mesopotâmia e na China.
Desde então, os materiais utilizados para gravar informações evoluíram de forma extraordinária e culminaram hoje com o aproveitamento de espécies florestais de rápido crescimento que ser transformam em papéis de alta qualidade. Eis alguns dos mais importantes eventos da história do papel:
  • 105 d.C. - A invenção de papel é atribuída a T'sai Lun na China, fabricado a partir de fibras de cânhamo trituradas e revestidas de uma fina camada de cálcio, alumínio e sílica.
  • 1000 até cerca de 1830 - Trapos velhos eram o insumo básico da indústria de papel até meados do século XIX (costume interrompido em meados do século XVII, quando acreditava-se que os restos de pano contribuíam para a propagação da peste).
  • 1719 - O naturalista francês Reaumur sugere o uso da madeira como matéria-prima para o fabrico de papel, ao observar que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir uma substância semelhante ao papel na confecção de seus ninhos.
  • Meados Séc. XIX - surge a demanda de papel para a impressão de livros, jornais e fabricação de outros produtos de consumo, levando à busca de fontes alternativas de fibras a serem transformadas em papel.
  • 1838 - produção de pasta de palha branqueada.
  • Anos 1840 - Na Alemanha, desenvolve-se um processo para trituração de madeira. As fibras são separadas e transformadas no que passou a ser conhecido como "pasta mecânica" de celulose.
  • 1854 - É patenteado na Inglaterra um processo de produção de pasta celulósica através de tratamento com soda cáustica. A lignina, cimento orgânico que une as fibras, é dissolvida e removida, surgindo a primeira "pasta química".
  • Anos 1860 - Invenção do papel couché. Lançamento do papel higiênico em forma de rolo. Surgem na Finlândia as primeiras leis sobre práticas de silvicultura.

http://www.aracruz.com.br/home.do

  • métodos de fabricação artesanal de papéis( Vd 7 e 8 )
  • métodos de fabricação industrial de papéis( Vd 6 )
  • visualização e direcionamento da fibra (texto 2)
  • tipos de papéis mais comuns até o séc XIX

2.2 Washi (Papel Japonês)
  • Composição
  • tipos existentes
  • usos para restauro
 Dentre os vários usos do WASHI, destaca-se a importância que ele exerce nos procedimentos de conservação e restauro de acervos históricos, principalmente de livros, documentos e obras de arte.

Quando pensamos em preservação de bens culturais ou mesmo de acervos familiares, não podemos pensar a curto prazo. Nosso alvo deve ser no mínimo 100 anos.

Portanto todos os materiais envolvidos no tratamento de conservação e restauro devem ser quimicamente estáveis e resistentes. Chamamos estes materiais de "materiais de qualidade arquivística".

O uso de papéis japoneses e de colas adequadas são procedimentos simples mas ao mesmo tempo importantes para a perpetuação da vida dos acervos documentais.

PAPEL OCIDENTAL:
Obtido através de processo contínuo de fabricação em massa com o uso de fibras de celulose, principalmente de madeira, de baixa qualidade e custo.

As qualidades do papel ocidental atendem ás exigências do mercado a que ele se destina, mas pouco uso tem na área de conservação e restauro de documentos históricos. As fibras são curtas e o processo de fabricação utiliza químicos nocivos ao suporte papel dos livros, documentos e obras de arte.

Características: É feito de fibras curtas, de baixa qualidade; é quimicamente instável; tem baixa durabilidade e resistência (fibras curtas); tem opacidade e não apresenta Ph neutro.

PAPEL ORIENTAL:
O WASHI, por sua vez, é obtido por processo manual e com utilização de fibras vegetais muito longas, feito folha a folha, com ingredientes estáveis de alta qualidade. Sua alta resistência atende a uma das necessidades mais requeridas pelos restauradores e conservadores. As fibras vegetais mais utilizadas na fabricação do papel japonês são o KOZO, MITSUMATA, e GAMPI.

O tipo de processo de obtenção, o peso da tradição, a nobreza das fibras, as qualidades do papel justificam as diferenças de custo de um tipo para o outro.
http://www.worldpaper.com.br

2.3 Papel Atual
  • tipos de papéis
São inúmeros os tipos de papel existentes hoje, com infindáveis aplicações que vão muito além da impressão, do uso notário ou de revestimento. Papéis feitos de todo o tipo de fibra para todos os usos, desde aplicações estruturais e de revestimento na construção civil até modernos papéis para edições e usos na cartonagem.
A evolução de novas técnicas e a necessidade de baixar custos tem nesta indústria um forte impácto ambiental, isto gera novas necessidades e nos trás a responsabilidade ambiental sustentável indicando uma nova tendência: o reaproveitamento e a reciclagem de diferentes materiais para produção de fibras e pasta que sirvam ao frabrico de papel.
Como exemplo temos a utilização dos bagaços de cana e de bananeiras para produção da pasta base e do cada vez mais corriqueiro uso de papéis reciclados no dia a dia, na reprodução de impressos e no uso notário em cadernos e agendas.
  • papéis especiais
Diferentes tipos de fibras associadas a diferentes materiais são a base de uma indústria pujante e que tem em sí o termômetro da economia mundial, afinal reparemos que em tudo se utiliza papel ou materiais que tenham por base a pasta de celulose em sua composição, se não na maioria em grande parte do processo de sua fabricação, estocagem, transporte ou em aplicação institucional, o fato é que não existiria o mundo moderno sem papel, sua plasticidade e aplicações se ampliam todos os dias em novas formas de uso e apresentação.
  • papéis mais usados no séc. XX
Durante o século XX universalizou-se o fabrico do papel a partir da pasta de celulose retirada do eucalípto em grandes plantações, do ponto de vista do cuidado com o processo em sí do fabrico muito evoluiu para formas menos poluentes, o próprio papel  adaptou-se à necessidade de tornar-se menos ácido e com isto aumentar consideravelmente sua vida útil.
No princípio do século XX vemos a utilização de pasta oriunda de fibras mistas e curtas, com o aumento da pesquisa por novos materiais e da aplicação de misturas alcalinas e metálicas estáveis, métodos de moagem e lavagem que preservam mais a fibra e permitem
maior plasticidade com fibras mais longas revolucionam o produto final, fazendo surgir os papéis alcalinos, de revestimento, fotográfico e muitos mais.
Podemos verificar que esta evolução não se deu de forma contínua ou linear, em verdade sofreu muito com os acontecimentos históricos que afetaram a sociedade e a economia, são dos períodos de guerra os papéis de pior qualidade, os mais afetados pela acidificação e pelo tempo, estes papéis sofreram da escacez de meios financeiros e tecnologia para manter sua qualidade, pois todo o dinheiro e força industrial se concentrava no esforço de guerra, por outro lado após a Segunda Guerra Mundial o ocidente experimenta um longo período de relativa paz que, mesmo sacudido aqui e ali, impeliu o crescimento da indústria da celulose e do papel em todo o mundo.

3. História das Tintas
  • história dos pigmentos e das resinas
  • tintas utilizadas em manuscritos anteriores às técnicas de impressão
  • tintas de impressão ontem e hoje

Indústria de tintas e vernizes

Por: Nádia Cristina
Introdução 
A indústria de recobrimentos superficiais é uma indústria antiga. A origem das tintas remonta nos tempos pré-históricos, quando os antigos habitantes da terra registravam suas atividades em figuras coloridas nas paredes das cavernas com tintas grosseiras, que eram provavelmente constituídas por florais ou argilas suspensas em água. . Os egípcios, desde muito cedo, desenvolveram a arte de pintar por volta de 1500 a. C. , dispunham de um grande número e ampla variedade de cores. Em 1000 a. C. , descobriram os antecessores dos vernizes atuais, usando resinas naturais ou cera de abelha como o ingrediente formador de película.

Nos séculos mais recentes, devido ao grande avanço tecnológico ocorrido, houve oaprimoramento das técnicas de obtenção dos materiais de recobrimento superficial, uma vez que eram utilizados recursos naturais ou técnicas mais complexas para a obtenção destes.

Os produtos das indústrias de materiais de recobrimento superficial são indispensáveis para a preservação de todos os tipos de estruturas arquitetônicas, inclusive fábricas. A madeira e o metal não recobertos são particularmente suscetíveis à deterioração, principalmente nas cidades onde a fuligem e o dióxido de enxofre aceleram a ação deteriorante. Além do efeito protetor, as tintas, os vernizes e as lacas tornam mais atraentes os artigos manufaturados e realçam o aspecto estético de um conjunto de casas e dos seus interiores. Com isso, conclui-se que utilidade e aspecto artístico caminham lado a lado.

O Brasil encontra-se como um dos cinco maiores mercados mundiais para tintas.

Tintas

A tinta é utilizada para fins de recobrimento de superfícies, oferecendo cor e proteção a este.
É constituída por diversas substâncias, que oferecem as características físicas à tinta.

Constituintes das tintas 
Os pigmentos

Em geral, devem ser opacos, a fim de que tenham um bom poder de cobertura, e quimicamente inertes, a fim de que tenham estabilidade e uma vida longa. Devem ser atóxicos ou pelo menos ter uma toxidez muito baixa, serem molháveis pelos constituintes formadores de película.
Os pigmentos servem para aumentar o poder de cobertura, não oferecendo uma cor intensa à tinta. Para dar essa cor mais intensa é adicionado corante.

Os pigmentos têm o poder de reduzir o brilho e os reflexos da tinta. A partir do emprego de pigmentos com tamanhos e formatos diversos e em maiores quantidades obtém-se diferentes níveis de brilho.
Os químicos que produzem as tintas usam um índice chamado CVP (concentração do volume de pigmento) para indicar a taxa de pigmento em relação ao ligante na formulação de uma tinta. Define-se simplesmente por:
CVP = volume do pigmento na tinta
Volume do pigmento na tinta + volume dos constituintes não voláteis do veículo da tinta
A CVP controla, em grande medida, fatores como a durabilidade, o brilho e a lavabilidade. Existe, em geral, existe certa faixa de CVP para cada tipo específico de aplicação da tinta, conforme mostrada abaixo:

Tipo de tintaVolume %
Simples50 – 75%
Semi-brilhantes35 – 45%
Brilhantes25 – 35%
Para exteriores28 – 36%
Para metais25 – 40%
Para madeiras35 – 40%
Há vários tipos de pigmentos que conferem cores diferentes à tinta. Vejamos:

Pigmento branco – O mais utilizado é o dióxido de Titânio (TiO2), por ter um baixo custo por unidade de poder de cobertura.
Pigmento negro – O único e mais importante é o negro de carvão.
Pigmento azul – O azul ultramarino é um silicato de alumínio e sódio e sulfeto de alumínio e sódio feito sinteticamente. Não deve ser usado sobre ferro ou misturado a pigmentos de chumbo.
Pigmentos vermelhos – O óxido férrico (Fe2O3) é largamente empregado em tinta. Existe uma grande variedade de pigmentos vermelhos de ferro, os quais em virtude de sua durabilidade, são usados em tintas para exteriores e vagões de trem. O pigmento sintético é feito pelo aquecimento do sulfato de ferro obtido dos tanques de decapagem de aço.
Pigmentos amarelos – Os pigmentos amarelos com uma variedade de tons incluem-se numa classe conhecida como os amarelos de cromo, que são os mais populares em virtude do brilho excepcional, da grande opacidade e da resistência à luz.

São produzidos pela mistura de uma solução de nitrato de chumbo ou de acetato de chumbo com uma solução de dicromato de sódio. É possível a presença de fíleres até um peso igual ao do pigmento na forma de gesso, argila ou barita. Decanta com facilidade.
Pigmento verde – O mais importante é a ftalocianina de cobre clorada, mais brilhante, resistente e permanente. É caro, mas durável. Existem tipos dispersáveis em água e massas para uso com tintas a látex.

Toners e lacas – Os toners são pigmentos orgânicos insolúveis que podem ser usados diretamente como pigmento em virtude da durabilidade e do poder de coloração que apresentam. As lacas são o resultado da precipitação de corantes orgânicos, usualmente de origem sintética, sobre uma base inorgânica. São empregadas em muitas cores. Na verdade, as lacas são pigmentos inorgânicos tingidos. A parte inorgânica, ou base, é um fíler como argila, barita ou branco fixo e hidróxido de alumínio. O corante orgânico pode ser precipitado sobre uma base preexistente, suspensas na solução, ou a base e o corante pode ser coprecipitados, por exemplo, sobre o branco fixo ou o hidróxido de alumínio.

Os toners e lacas são moídos em óleo ou aplicados conforme qualquer outro pigmento.
Pigmentos diversos – Para revestimentos superficiais, desenvolveram-se pós-metálicos, isto é, metais ou ligas em escamas ou pó fino, que têm não só propriedades decorativas, mas também apresentam durabilidade, propriedades refletivas do calor e efeitos anticorrosivos. O pó de alumínio é usualmente feito pela moagem em moinho de bolas da forma granulada, a que são adicionados um lubrificante e um agente dispersante.
As tintas luminescentes têm uma diversidade de usos, particularmente em anúncios de propaganda e na aviação, devido a sua elevada visibilidade.

Diluentes ou fíleres

Diversas substâncias inertes, naturais ou precipitadas podem ser adicionadas às tintas a fim de que contribuam para a formação de uma melhor película, melhorem as propriedades de resistência ao intemperismo e forneçam uma base para o pigmento verdadeiro, além de impedirem a decantação muito rápida e reduzirem o custo do pigmento. Os diluentes ou fíleres são essas substâncias. Essas partículas mais sólidas das tintas refletem muitos dos raios de luz destrutivos e dessa maneira ajudam a prolongar a duração de toda a tinta.

Outra razão, não menos importante, para a adição de fíleres ou diluentes é para a obtenção de uma uniformidade da superfície em que a tinta é aplicada.
O mais importante dos fíleres é o sulfato de bário, na forma natural cristalina da barita, mas finamente moída, ou na forma precipitada do branco fixa. Um outro fíler é o carbonato de cálcio finamente moído, denominado terra Alba.

Óleos secativos e ácidos graxos

Constituem os materiais formadores de película, sem os quais os pigmentos não seriam mantidos na superfície. Raramente, os óleos secativos são usados sem modificação. É possível efetuar de diversas formas a sua melhoria: pela ação de secantes; pelo encorpamento do óleo; pelo fracionamento e separação; pela isomerização ou conjugação; pela desidratação ou até mesmo por outras reações da ligação dupla do carbono. A melhoria do óleo através da ação de secantes é a mais utilizada.

As películas de tinta são formadas pela secagem de diversos óleos insaturados, entre eles, o óleo de linhaça mais usado no fabrico de tintas. A secagem é uma transformação química, representando uma oxidação e uma polimerização; é acelerada pelo pré-tratamento do óleo e pela adição de agentes secantes, que funcionam como catalisadores, e são portadores de oxigênio e solúveis no óleo. Estes secantes são usados em pequenas quantidades, constituem 1 a 2% em peso. Temos como exemplos de secantes os naftenatos, resinatos, linoleatos, entre outros.

Solventes 
São adicionados à tinta para torná-la mais fluida. Algumas tintas são classificadas de acordo com o solvente. Tintas insolúveis em água requerem solventes orgânicos, como subprodutos de petróleo. Essas tintas são denominadas tintas à base de solvente. Exemplos de solventes: nafta, alifáticos, entre outros.

Resinas

São os formadores de películas que podem ser sintéticos ou naturais. A resina é o veículoresponsável por fornecer brilho e pelas propriedades físicas, entre elas a impermeabilidade da tinta após a secagem.
As resinas sintéticas são aquelas produzidas artificialmente, como por exemplo, as resinas alquídicas, acrílicas, poliéster, celulósicas, epóxi, entre outras, muito utilizadas no Brasil.

As resinas naturais são aquelas encontradas na natureza, em geral em árvores coníferas. Temos como exemplo, o pinho de onde é extraída a resina de pinho, e a goma-laca extraída de ramos e galhos de algumas árvores, geralmente encontradas na Índia.

Procedimentos de fabricação

As diversas operações necessárias à misturação das tintas são inteiramente físicas.
Numa primeira etapa, ocorre a pesagem, reunião e misturação dos pigmentos e veículos (resinas e óleos) que ocorre num andar superior da fábrica.

No misturador que é semelhante a uma amassadeira, com lâminas em sigma, irão, em seguida, os veículos e as tintas. A carga de material é transferida para o andar de baixo, onde ocorre a moagem, a fim de se obter uma mistura homogênea, e misturação complementar, onde os corantes e solventes serão adicionados à massa formada.

Na moagem podem ser usados diversos moinhos. Um dos métodos mais antigos é o da moagem ou dispersão entre duas mós. Estão sendo adotados para a moagem de tintas e esmaltes, os moinhos a areia, os agitadores a alta velocidade e os moinhos de mós a alta velocidade. Os fatores dominantes na escolha do moinho são os tipos de pigmentos e de veículos.

A misturação e a moagem dos pigmentos no óleos exigem muita habilidade e experiência, a fim de que se garanta um produto uniforme, sem que o preço seja muito elevado.
A tinta é transferida para o andar inferior, onde é diluída e colorida em tanques com agitação, que podem conter milhares de litros. A tinta colorida é coada para um tanque de transferência ou diretamente para a moagem da máquina de enchimento, no piso de baixo.

Para remover os pigmentos não dispersados, usam-se centrífugas, peneiras ou filtros a pressão. A tinta é transferida para latas ou tambores, que são rotulados, embalados para o depósito; cada etapa é completamente automática.

Tintas a látex

O veículo desta classe de tintas é uma emulsão de aglutinante em água. O aglutinante pode ser um óleo, ou uma resina acrílica ou de acetato de polivinila, ou qualquer outra que seja emulsionável.
As tintas a emulsões de resinas são amplamente usadas desde a Primeira Guerra Mundial, mas as tintas a látex ou a base de borracha, só foram introduzidas comercialmente em 1948, tendo então um grande crescimento. Mais da metade das vendas de tintas para interiores é de tintas à base de látex.

Esse tipo de tinta foi desenvolvido para atender às exigências de maior facilidade de aplicação, de secagem rápida, de cheiro pouco ativo, de facilidade de limpeza, de maior durabilidade e de impermeabilidade à sujeira.

A ausência de solventes voláteis reduz a grande poluição atmosférica.
Têm como principal constituinte na formação de película uma resina sintética, a que se adicionam ou não outras substâncias numa emulsão do tipo óleo em água. A fase contínua é constituída por um colóide hidrófilo dispersado por um álcali em água e contem dois ou mais tipos diferentes em suspensão.
O componente principal das películas de tintas a látex são o acetato de polivinila (PVA), acrílicos, copolímeros de PVA e acrílicos.

Dispersão do pigmento 
O dispersante, juntamente com a amônia, é adicionado à água, num misturador, que recebe depois os pigmentos pré-misturados. Segue-se a moagem num moinho de bolas.
Os pigmentos e fíleres mais usados são os do tipo de dióxido de titânio, entre outros. Emprega-se em geral uma combinação de quatro a cinco inertes. Os pigmentos usuais corados podem ser usados para o tingimento, com certas exceções como o azul da Prússia, o amarelo de cromo, o verde de cromo e o negro de carvão. Os três primeiros são sensíveis ao álcalis e o último tende a quebrar a emulsão.

Preferem-se os álcalis e pigmentos livres de sódio, pois tornam mínima a eflorescência provocada pelo sulfato de sódio sobre a superfície da tinta.
Fabricação da tinta
Os formadores de película são adicionados à dispersão do pigmento, seguidos pela solução preservativa (usualmente de fenóis clorados) e por um antiespumante (óleo de sebo siliconado ou óleo de pinho). A emulsão de látex é lentamente adicionada, com agitação, e em seguida adiciona-se água. A tinta é misturada, peneirada e novamente misturada, antes do embalamento.

Uma típica tinta a látex consiste em 35% de pigmento e fíler e cerca de 21% de ingredientes formadores de película.
Os pigmentos devem ser puros e dispersados compativelmente com o látex.
Na preparação das emulsões de polímeros, demonstrou-se que na composição do copolímero (polímero formado por dois monômeros diferentes), o sistema de emulsão e as dimensões da partícula têm profunda influência sobre as propriedades da pintura, como a aderência, o lustre, a estabilidade química e a viscosidade.

Vernizes

Um verniz é uma solução ou dispersão sem pigmento, de resinas sintéticas e/ou naturais em óleos ou em outros meios dispersores, usado como revestimento protetor e/ou decorativo de diversas superfícies e que seca por evaporação, oxidação e polimerização de partes dos seus constituintes.

Não tendo pigmentos, os vernizes são menos resistentes à luz que as tintas, os esmaltes e as lacas pigmentadas. Formam, entretanto, uma película transparente, que acentua a textura da superfície revestida.
Os vernizes são freqüentemente óleos-resinosos. Existem duas classes menores, os vernizes a álcool e o charão (laca japonesa). Os vernizes a óleo são soluções de uma ou mais de uma resina natural ou sintética num óleo secativo e num solvente volátil. O óleo reduz a fragilidade natural da película de resina pura. Os vernizes a óleo são soluções de resinas, mas o solvente é inteiramente volátil e não forma película. Tinham antigamente, uma importância fundamental, mas foram substituídos, em grande parte, pelos vernizes à base alquídica ou de uretanas, em virtude da maior durabilidade, do menor amarelecimento e da facilidade de aplicação e da beleza dos novos produtos.

A pressão no sentido de reduzirem-se os solventes poluentes da atmosfera nos vernizes e nas tintas, juntamente com o desejo de se ter a limpeza das ferramentas e das sobras de trabalho feita à água, levaram ao desenvolvimento de vernizes à água.
Os vernizes a álcool são soluções de resinas em solventes voláteis – metanol, etanol e hidrocarbonetos. Os vernizes a álcool são os que secam com maior rapidez, mas tendem a ser quebradiços, e com o tempo, podem descascar, a menos que se adicione plastificantes. A preparação destes produtos envolve a agitação vigorosa e, em alguns casos, o aquecimento, para ser atingia solubilização desejada. Um exemplo importante de verniz a álcool é a goma-laca, uma solução de goma-laca em metanol ou em álcool etílico.

Os charões raramente são usados. São vernizes opacos, a que se adicionam asfalto ou um material semelhante, a fim de que se adquira cor e lustre.
Os esmaltes são revestimentos com boas propriedades de uniformização e com um acabamento muito brilhante. São brancos, corados ou profundamente coloridos. Para uso em exteriores, as resinas alquídicas são veículos mais duráveis, enquanto os vernizes fenólicos são usados para esmaltes no interior. Nos vernizes de alta qualidade, usam-se resinas aminalquídicas.

Resinas utilizadas nos vernizes

A goma-laca é uma importante resina proveniente da fêmea de um inseto (Coccus lacca) que excreta um exsudato ao se alimentar em certas árvores da Índia. Esse exsudato recobre os ramos do vegetal e fornece a goma-laca em barras. Esta goma é coletada e purificada até a goma comercial.

As resinas fenólicas são muito resistentes à água e a diversas substâncias químicas. Para que estes materiais sejam solúveis nos óleos e nos solventes de uso comum na indústria dos vernizes, é necessário modificá-los, o que pode ser feito, seja pela adição de materiais mais moles, como o éster de colofonia, seja pelo controle da reação mediante a escolha de um fenol parassubstituído, com o que a reação é suspensa antes de se formar no produto final infusível e insolúvel.

As resinas alquídicas são formadas pela condensação de ácidos dicarboxílicos com álcoois poliídricos e modificadas com ácidos graxos, para melhorar a solubilidade. Como constituintes de vernizes ou de esmaltes, apresentam beleza e flexibilidade características, que têm acentuada permanência na exposição prolongada ao tempo. As propriedades das formulações alquídicas podem ser modificadas pelo uso de ácidos graxos ou de óleos secativos e não secativos, ou pelo uso do pentaeritritol com a glicerina, pelo uso de anidridos dibásicos entre outros, com todas as parcelas de anidrido ftálico, e pela modificação com outras resinas (fenólicas e de pinho). Por isso, encontram aplicações extremamente diversificadas em várias formulações de tintas. Em grande parte, substituíram os vernizes a óleo.

Lacas 
O termo laca tem um conteúdo pouco determinado. Refere-se a uma composição de recobrimento baseada num material sintético, termoplástico, formador de película, dissolvido em solventes, que seca, primordialmente pela evaporação do solvente.
As lacas transparentes, pela adição de um pigmento, tornam-se lacas pigmentadas ou esmaltes à laca.
O emprego das lacas está, em geral, limitado ao revestimento de móveis. Os esmaltes usados para a pintura de automóveis são habitualmente denominados lacas.

Tintas de imprimir

As tintas de imprimir são uma dispersão fina de pigmentos ou corantes num veículo, que pode ser um óleo secativo com ou sem resinas naturais ou sintéticas, e a que se adicionam secantes ou diluentes. São usados os óleos secativos, ou os óleos de petróleo, e as resinas, embora os sistemas mais novos, à base de resina sintética, estejam encontrando grande aceitação em virtude da secagem e de terem propriedades de trabalho boas.

As tintas de imprimir têm uma ampla variedade de composições e larga variação nas suas propriedades. Isso é conseqüência de se usar um grande número de processos de impressão e de tipos de papéis.
As novas tintas magnéticas, bastante caras, desenvolvidas para o uso em diversas máquinas eletrônicas, constituem a chave para os sistemas de processamento de dados.
As tintas formuladas com pigmentos luminescentes conseguem apresentar um aspecto superbrilhante. Os corantes são fundido na resinas e recozidos, depois de duro, o material é facilmente pulverizado.
As rodaminas, as auraminas e as tioflavinas são os principais corantes usados tintas de imprimir.
Os solventes voláteis produzem poluição ambiental.
  • métodos de copiagem anteriores à imprensa

Existem registros da utilização de algo parecido com o papel carbono para copiagem de textos manuscritos, porém o usual éra a copiagem pura e simples á mão dos textos, em tempos anteriores á imprensa esta era uma profissão muito valorizada, estes profissionais copistas eram considerados altos funcionários dos governos e frequentemente tinham grande influência política.
No oriente tornou-se arte e fonte de estudo a caligrafia e o estilo do grafismo, mas também era valorizado no ocidente porém sem grandes requintes.
  • métodos de duplicação em arte

O desenvolvimento de técnicas de copiagem e replicagem artesanal da imagem deu origem à imprensa, inicialmente utilizando entalhes em pedra e madeira, evoluiu para a gravação através de resinas, óleos minerais e betumes em placas metálicas ou pedra, a utilização de carimbos e selos serosos evolui para o componedor de tipos metálicos e as prensas primitivas.
  • Gütemberg

Antes de 1459, os livros eram publicados através de cópias manuscritas por monges e frades dedicados à oração. Eram obras de arte que primavam pelo apelo decorativo e estilístico onde cada copista se esmerava mais em tornar seu trabalho virtuoso e único em detrimento do tempo de entrega da obra completa, livros assim podiam demorar 10 anos para serem copiados e encadernados.


A imprensa foi inventada pelos chineses séculos antes, utilizando o princípio do carimbo, mas no início da Idade Média na Europa foi utilizada para publicar anúncios ou panfletos políticos, etiquetas, e alguns folhetins. Nestes trabalhos o texto era cunhado em uma prancha de madeira, uma matriz, incluindo as iluminuras e desenhos. A matriz era presa a uma mesa e tingida com tintas de secagem lenta com aditivos oleosos ou graxas coloridas aplicadas por um rolo semelhante aos de pintura atuais, uma cor para cada matriz, após isto o papel era sobreposto á prancha cunhada e tingida e ambas prençadas de forma à reproduzir no papel uma cópia negativa de sua placa correspondente.


Embora o método fosse engenhoso e permitisse muitas possibilidades de encaixes e cores, o desgaste das matrizes de madeira era considerável e não permitia muitas cópias ao impressor, em média uma centena até que ficassem completamente gastas ou sofressem fraturas devido a pressão inviabilizando futuras impressões. 
Cada impressor fabricava seu papel, cunhava a matriz e fabricava a tinta para a impressão, sempre se esmerando para obter um trabalho cada vez mais original e característico que o distinguisse artísticamente no tocante à estilo e técinicas, inviabilizando a produção em larga escala.


Neste ambiente, o monge Gutenberg diz ser capaz de fazer várias cópias de uma só vez da Bíblia em menos de metade do tempo que levou para fazer uma cópia o mais rápido de todos os monges que copiavam o mundo cristão, e que elas seriam exatamente iguais entre sí e semelhantes ao manuscrito que as originou.


Ao invés de utilizar matrizes de madeira gravadas para impressão, produziu moldes de madeira de cada uma das letras do alfabeto e então encheu os moldes com ferro, criando os primeiros "tipos móveis". Ele teve que fazer vários modelos das mesmas letras para coincidir todos com todos os correspondentes do original manuscrito, no total mais de 150 "tipos", imitando perfeitamente o modelo.


Adaptou seus tipos móveis à pequenos gabaritos de madeira (os primeiros componedores) e estes à uma prença de uvas para a produção de garapa adaptada, deixava-se o espaço para as letras maiúsculas e as ilustrações que seriam acrescentadas depois á mão pelo método antigo.

  • métodos de gravação e gravuras

xilogravura é a técnica mais antiga para produzir gravuras, e seus princípios são muito simples. O artista retira de uma superfície plana (matriz, geralmente émadeira) as partes que ele não quer que tenham cor na gravura. Após aplicar tinta na superfície, coloca um papel sobre a mesma. Ao aplicar pressão (com uma prensa) sobre essa folha a imagem é transferida para o papel.
A técnica da gravura em metal começou a ser utilizada na Europa no século XV. As matrizes podem ser feitas a partir de placas de cobre, zinco ou latão. Estas são gravadas com incisão direta ou pelo uso de banhos de ácido. Água-forte, água-tinta, ponta seca são as técnicas mais usuais. A matriz é entintada e utiliza-se uma prensa para transferir a imagem para o papel.
Em 1796 Alois Senefelder descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impresões e, após dois anos de experimentações desenvolveu a técnica daLitografia. Esta técnica parte do princípio químico que água e gordura se repelem. As imagens são desenhadas com material gorduroso sobre pedra calcária e com a aplicação de ácido sobre a mesma, a imagem é gravada. Assim como a gravura em metal, essa técnica também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na pedra.
Embora existam registros de trabalhos utilizando stencil na China, no século VIII, aserigrafia começa a ser aplicada mais freqüentemente por artistas na segunda metade do século XX. Como as técnicas descritas acima, também a serigrafia apresenta diversas técnicas de gravação de imagem. Uma delas é a gravação por processo fotográfico. Imagens são gravadas na tela de poliéster e com a utilização de um rodo com a tinta a imagem é transferida para o papel.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


5. História do Livro
  • o que é em verdade este objeto: o livro
Livros são definidos através de um padrão de diagramação e estrutura léxica e estrutural que são característicos, portanto o livro pode ter vários formatos e ser feitos de vários materiais
  • livros em placas da antiguidade

Em verdade esta estrutura gráfica, estrutural e léxica que chamamos livro tem seu início em um formato muito semelhante ao de hoje em dia, a história conta de livros feitos de placas de metal ou terracota superpostas e costuradas umas às outras, como em um fichário, formando um livro.
  • papiros e substratos testeis para registro da informação

Estes livros em placas tinham o inconveniente do peso e da pouca praticidade, os de metal eram cobiçados pelo valor do metal e demandavam considerável custo em siderurgia, eram roubadose derretidos portanto a maioria se perdeu, os de terracota eram muito frágeis e não aguentavam os solavancos do transporte por lombo de animais.
Com o tempo desenvolveu-se o uso de papiros, tecidos ou couros utilizados como para escrita, um evidente avanço tornando os amarrados ou rolos de registros escritos portáteis e leves.
  • biblioteca de Alexandria e bibliotecas orientais

Toda a saga das bibliotecas antecede a própria história do livro e vai encontrar abrigo no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas "minerais", pois seus acervos eram constituídos de tabletes de argila: depois vieram as bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos. Essas são as bibliotecas dos babilônios, assirios, egípcios, persas e chineses. 
Mais tarde, com o advento do papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito. 
Até o momento, os historiadores acreditam que a biblioteca mais antiga seja a do rei Assurbanipal (século VII a.C.), cujo acervo era formado de placas de argila escritas em caracteres cuneiformes. 
Mas nenhuma foi tão famosa como a biblioteca de Alexandria, no Egito. Ela teria de 40 a 60 mil manuscritos em rolos de papiro, chegando a possuir 700 mil volumes. A sua fama é atribuída, além à grande quantidade de documentos, também aos três grandes incêndios de que foi vítima. Mas outras bibliotecas também tiveram grande importância, como as bibliotecas judaicas, em Gaza; a de Nínive, da Mesopotâmia; e a biblioteca de Pérgamo, que foi incorporada à de Alexandria, antes de sua destruição. 
Os gregos também possuíam bibliotecas, mas as mais importantes eram particulares de filósofos e teatrólogos. 
A partir do século XVI é que as bibliotecas realmente se transformam, tendo como característica a localização acessível, passam a ter caráter intelectual e civil, a democratização da informação é especializada em diferentes áreas do conhecimento. 
No Brasil, a biblioteca oficial foi a atual Biblioteca Nacional e Pública, do Rio de Janeiro, que se tornou do Estado em 1825. Essa biblioteca era constituída dos livros do rei de Portugal Dom José I e foi trazida para o Brasil por Dom João VI, em 1807. Junto à Biblioteca Nacional, outra de grande importância no Brasil é a Biblioteca Municipal de São Paulo e a Biblkioteca do Senado em Brasília.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

  • a Era das Trevas e a informação
Durante a Idade Média, considerada a Era das Trevas, os escritos antigos que sobreviveram ao tempo e quase a totalidade da produção escrita ficou confinada nos mosteiros, conventos e abadias, tanto com o objetivo de guarda e estudo quanto para a censura.
  • bibliotecas monásticas
Toda a inteligência ocidental estava voltada para afirmação da fé cristã e para a perpetuação da Igreja como centro político e econômico onde tudo acontecia. É neste cenário que a mensagem escrita toma ares de mistério e o ocidente conhece o aparecimento do profissional de biblioteca, monges copistas e versados nos estudos das línguas dedicam suas vidas à catalogação, conservação e copiagem de tudo, com o tempo eles mesmos tornam-se autores de obras magníficas tanto no campo da criação literária, artística e científica, quanto na transmissão da informação, tornando-se professores e estudiosos sempre sob os olhos atentos da Igreja e dos Doutores da Fé.
  • sedimentação do formato e conceito do que seja livro
Surgem os primeiros experimentos com novos materiais para fabrico de papel e torna-se universal a utilização do papel de trapo.
O livro evolui no tempo para o formato que conhecemos, se a princípio eram guardados em grandes maços de pergaminho, papéis em caixas de contenção ou amarrados e presos em sistema de fichamento, as necessidades de logística espacial e de conservação os transformam em objetos práticos ao manuseio e a estocagem, as obras são copiadas em formatos menores, divididas por tomos e respeitadas certas regras do ponto de vista funcional e estético.
O resultado é o aparecimento do livro no formato que conhecemos.
  • os diversos formatos
São muitos os formatos dos livros modernos, tanto do ponto de vista dos materiais: livros de plástico, papel ou CD; quanto estilos: quadrinhos e mangás, revistas, jornais, eletrônicos e em tamanhos diversos, mas salvo algumas exceções intencionais eles possuem basicamente os mesmos padrões que são determinados pelas dobras e cortes sucessivos a partir do que é oferecido pela indústria do papel.
  • o livro eletrônico é a morte do livro?
O surgimento das mídias eletrônicas tem causado uma verdadeira onda de discussões sobre o futuro do livro e do papel como substrato para a transmissão e armazenamento da informação, fala-se inclusive da morte do livro e da necessidade de bibliotecas se adaptarem aos novos tempos adequando espaços e políticas de seleção de estoque.
Entretanto é sempre bom manter algum cuidado com materiais que necessitem de instrumentos e tecnologia para sua leitura, já quase não existem computadores capazes de ler disquetes o que significa a perda de toda a informação neles contida, toda esta tecnologia vai se tornando cada vez mais rápida e descartável o que ameaça a capacidade destes novos aparelhos lerem velhos formatos que contém informações.
Por outro lado existem questões graves à serem contornadas no campo dos direitos autorais e de copiagem, cada vez mais ameaçados.
Une-se a isto o fato de estas tecnologias estarem atreladas à um modelo econômico e de desenvolvimento social homogêneos o que é uma utopia e cada vez mais anacrônica e também ante às tendências mais evidentes de uma pulverização de formas e meios de transmissão de informação, isto nos leva necessáriamente à uma democartização dos meios e substratos determinada por fatores conjunturais de cada região, grupo econômico ou mesmo o tipo de uso e assunto tratado, os informes e memorandos empresariais acabam, diminui-se imensamente o gasto de papel nas empresas porém muitos ainda vão preferir folear as páginas de seu livro predileto, que poderá ser impresso e encadernado na hora para o cliente no ambiente de cafés literários, em uma nova relação de direitos entre autores, editores e livreiros ou infoshoppers.

6. História da Encadernação
  • da antiguidade à idade média
No começo os livros são em grande parte relatórios de colheitas, controles de armazenagem de grãos e diversos documentos típicos da administração dos reinos antigos que ficavam sob a guarda dos escribas ou textos religiosos sob a guarda dos templos e seus sacerdote.
Consitiam na maioria textos pequenos unidos ou costurados segundo a necessidade e utilidade, em sua maioria os textos antigos se leem à moda oriental da direita para a esquerda assim como os japonezes e israelenses, portanto o oposto do que fazemos.
Textos pequenos de uma única folha eram guardados enrolados protegidos ou não por estojos de madeira, bambú (mais comum) ou outros materiais.
Os livros que possuiam muitos formatos e podiam ser feitos de tecidos, couros, placas metálicas, placas de ardósia, terracota ou papiros, a saber literalmente se usava qualquer coisa dependendo do conteúdo ou utilidade.
O mais comum para relatos longos era a utilização de papiros ou tecidos pintados, escritos à carvão ou outros tipos de tintas, em  maços costurados lateralmente, semelhante à costura americana ou algo preso por garras ou elos como em um fichário.
  • Idade média
A Idade Média se por um lado decreta o fim dos grandes reinos clássicos ocidentais e consequentemente o desapareciomento de suas bibliotecas, produz o crescimento do sistema monástico cristão e o aparecimento das bibliotacas monáticas e da universalização do formato do livro como o conhecemos hoje.
Enquanto isto no oriente os grandes reinos se perpetuam e tornan-se cada vez mais elaborados e requintados os gostos, hábitos e fazeres, por consequência as bibliotecas também, os textos continuam sendo relativos à administração pública e religiosos mas o artezanato do livro e dos documentos se torna cada vez mais requintado.
  • idade moderna e difusão do livro
A Invenção da imprensa  e dos processos de copiagem tornam a informação mais dinâmica e universalizam-se as técnicas e a forma da encadernação em todo o mundo, variam agora quase somente aspectos decorativos e os tipos de papel utilizados, porém a fenotipia do objeto livro permanece a mesma por toda a parte.
  • Revolução Francesa e iluminismo
Durante a Revolução Francesa avança a consciência da liberdade atravéz do acesso à informação, consequentemente o aumento expressivo da população alfabetizada e da popularização do livro como objeto de cabeceira, íntimo, não somente a literatura religiosa e a Bíblia, mas folhetins, jornais e livros dos mais diversos assuntos.
O livro deixa de ser sacro, senhorial e oficial tornando-se revelador, íntimo e revolucionário.
Surgem as enciclopédias e as encadernações mais comerciais e descartáveis, mas também apura-se o cuidado e a arte da douração para etiquetagem e as filigranas em encadernações de puro luxo e arte.
  • séc XIX e democratização do livro até nossos dias
O livro torna-se objeto de cobiça e requinte também acessível à busguesia, aos funcionários públicos, assim uma maior parcela da população póssui livros ou bibliotecas em casa e isto torna-se medida de status e relevância.
Universaliza-se a leitura de jornais e folhetins com históris de ficção que ao caírem no gosto popular são impressas em livros e vendidas com grande sucesso principalmente na Europa e EUA.
No Japão inicia-se o que se tornará a maior revolução na educação e formação de toda uma geração, em menos de 50 anos o Japão erradica o analfabetismo e entra no mundo desenvolvido industrializado, em grande parte se utiliza de modelos ocidentais para isto, muito embora continuem valorizando sua cultura; criam um choque de culturas.
A imprensa e os processos de encadernação também vão refletir isto, na casa de um japonês podia-se ver o estudo de caligrafia clássica em Haikais pelos jovens quanto também a leitura de poetas e filósofos ocidentais, tudo era simultâneo e estava superposto.
Com o tempo as técnicas foram sendo democratizadas e as necessidades de produção em massa levaram à simplificação do processo de encadernação, à perda de importância do encadernador e do surgimento da brochura como resposta às massificação da alfabetização e das necessidades de transmissão de informação.

  • cartonagem
Durante o processo de evolução do livro e da encadernação paralelamente foram surgindo outros usos para às tecnicas que desenvolveram, a cartonagem evoluiu e se tornou coisa à parte, mas ainda guarda o espírito primeiro que é guardar, conservar e portar, o que antes era papel tingido para transmissão da informação aqui é tudo que contenha, transporte e proteja.
Diz-se que todo o encadernador é um profissional de cartonagem e conhece profundamente suas técnicas, porém um profissional de cartonagem dificilmente será um bom encadernador.


II - Preservação e Conservação de Acervos 


1. Conservação Preventiva: causas de degradação e fatores de

conservação
  • exposição de diversos casos

2. Controle de Condições Ambientais
  • posicionamento de estoques
  • ambientação e climatização
  • filtragem e condições de atmosfera
  • tipos de condicionamento em casos especiais

3. Fungos
  • tipos e tratamento

4. Insetos
  • tipos e prevenção

5. Toxicologia
  • práticas preventivas
  • higiene e cuidados pessoais
  • equipamentos
  • utensílios e trajes no ambiente de biblioteca

6. Diagnóstico e Higienização de Acervos
  • etapas de análise

7.Políticas de Preservação:
  • determinação de políticas de intervenção preventiva e restauro

7.1 Políticas e gerenciamento
  • determinação de rotinas de diagnose e tratamento na captação de novos exemplares
  • determinação de rotinas de higienização, conservação e restauro em acervos

7.2 Projetos
  • determinação de projetos e linhas de trabalho principais na manutenção de acervos


7.3 Segurança contra emergências
Parte Prática

III - Conservação de livros e documentos



1.Conservação de Livros I
  • diagnóstico e higienização


2.Conservação de Livros II
  • técnicas não invasivas
  • técnicas de restauro leves
  • técnicas de restauro invasivas e reconstrutoras

3.Conservação de Documentos:
  • técnicas de conservação e restauro 
  • acondicionamento

IV - Conservação de Acervos em Papel: encadernação,

acondicionamento e montagem 




1.Critérios para escolha de materiais
  • determinação de aspectos históricos e funcionais

2.Materiais 
  • couros
  • plásticos
  • tecidos
  • linhas
  • papéis
  • colas
  • gomas
  • meio líquido

3. Equipamentos e maquinários

4.Tipos de Acondicionamento e Encadernação para Conservação
  • caixas de acondicionamento
  • inteira ou meia
  • espiral e fichamento
  • capa-solta
  • bradel
  • falsa encadernação verdadeira
  • encadernação verdadeira


5.Técnicas de União e Montagem:
  • grampos para fichamento
  • tipos de costura
  • colagem

5.1. Acondicionamento e latência 
  • antes dos processos de conservação
  • durante o processo de conservação e restauro
  • prensagem e descanso

5.2.Montagem
  • capa-solta
Como o próprio nome diz tem a capa confeccionada em separado do livro e posteriormente colada nele pelas guardas, é a encadernação mais comum que existe e a mais frágil.
De rápida confecção e possibilitando uma produção em larga escala é muito utiliza da em encadernações comerciais.
  • bradel
Encadernação de melhor qualidade, largamente utilizada em bibliotecas pela sua resistência ao tempo e ao uso, bem como pelo tempo de confecção e o custo menor ante à encadernação verdadeira.
  • encadernação verdadeira
Encadernação clássica de excelente qualidade, considerada encadernação artística, utilizada para livros muito pesados, ou grandes, em cuja a capa e o lombo receba muito esforço.
Seu custo é alto e um livro pode levar o dia inteiro para ficar pronto.

V - Praticas de Higienização e Conservação 

Assim que o livro ou documento chega da catalogação ele deve ser analizado segundo seu estado e que tipo de intervenção devemos proceder antes de considera-lo apto à prateleira ou ao empréstimo.
Procede-se à diagnose ao preenchimento de uma ficha de conservação, um prontuário médico do livro ou documento onde todas as informações sobre ele estão contidas e focado naquilo que é necessário à sua higienização ou restauro.


1.Técnicas de Higienização:
  • varredura
A primeira e mais importante intervenção no objeto é a varredura, neste fazer o material está sendo completamente arejado e higienizado página por página, podendo neste processo visualizar todos os problemas do material, proceder marcações para futuras intervenções e anotar tudo na ficha de conservação.
A varredura se faz com trincha de pelo de porco com cerdas macias e curtas ( 5cm ) de espessura média ( 7 cm ), típica trincha de pintura vendida em casas de material de construção e pintura.
O mesmo deve preventivamente ser lavado, posteriormente deixado em solução de água sanitária 15% por uns 20 minutos e enxaguado com água em abundância e posto para secar, só devendo ser utilizado na certeza de estar totalmente seco, ao final do dia de trabalho repete-se todo este pocedimento de higienização.
A varredura sempre é feita na mesma direção e sentido, de baixo para cima de dentro para fora, sempre tomando cuidado para ao final não aspergir os detritos no ar, ideal é que o documento fique em um nível levemente suspenso em relação á mesa e nela pousado acima um tecido de limpeza ligeiramente umidecido em solução anti-sética, preferêncialmente álcool ou outra substância com pouco odor, água sanitária pode ser utilizada mas se houver descuido pode haver comprometimento do material tratado com manchas e descoloração.
  • aspiração
Há casos onde é tamanha a quantidade de dejetos e poeira que seja necessária a aspiração do objeto, isto também é feito no caso de ocorrência de mofos e fungos.
Um aparelho aspirador muito simples pode ser construido utilizando-se uma bomba de aquário.
Material para confecção de aspirador higienizante:

500 ml de solução desinfetante
1 bomba de aquário com entrada e saída
1 vidro de tampa larga com boa vedação de 1 litro
3 pedaços de cano de borracha fino transparente
1 trincha de pelo de porco pequena
fita adesiva
  • Faça duas perfurações na tampa do vidro, coloque um cano em cada furo e vede bem para não deixar escapar ar, um deles tem que chegar bem ao fundo do vidro enquanto o outro deve ter sua extremidade junto ao terço superior;
  • adapte o cano que chega ao fundo do vidro em seu outro lado às cerdas da trincha colando com fita adesiva, produzindo uma vassourinha para o aspirador;
  • adapte o outro cano que está no vidro à entrada da bomba;
  • adapte um cano de borracha à saída da bomba e faça-o pender em direção ao chão, longe do rosto do operador;
  • preencha o vidro ate´a metade com solução desinfetante, portanto um dos canos ficará imerso enquanto o outro ficará acima da solução. 
Ao ligar a bomba o aspirador sugará todo o ar e dejetos durante a varreção para a solução desinfetante e devolverá ar desinfetado ao ambiente longe do operador.


  • desinfecção
Outros processos de desinfecção também são utilizados como a manutenção de livros e documentos em estufas expostos à soluções químicas dispresas no ar, isto também é efeciente para desinfestação no caso de insetos e ácaros.
Durante a lavagem do papel são utilizadas soluções químicas que também cumprem o papel de desinfectar o material.
Passo-a-passo
a) Higienização de livros

• Colocar o livro sobre a mesa ou bancada.

• Passar pincel, trincha ou brocha macia suavemente nos cortes.

• Passar pincel, trincha ou brocha no cabeceado, de dentro para fora.

• Passar pincel ou trincha suavemente na contracapa, nas primeiras e últimas
folhas, empurrando a poeira no sentido contrário ao operador,  sempre para fora.

• Limpar página a página, quando o documento apresentar sujeiras ou detritos .

• Passar trincha ou pincel bem próximo à costura, onde se deposita o
maior acúmulo de sujeiras e detritos.

• Passar trincha ou pincel sobre a superfície da capa.

• Passar flanela macia em toda a superfície da capa.

• Após a higienização promove-se a oxigenação da obra, ou seja,
folhear a obra várias vezes, o que proporciona a sua aeração.
Isto para que possa haver a oxigenação das páginas e a ação da luz indireta para a desinfecção.

• Se a higienização for periódica, restringir a limpeza ao primeiro e o último caderno da obra, ou as dezesseis primeiras e às
dezesseis últimas folhas.

b) Higienização de processos e documentos de texto
• Passar a trincha ou pincel no documento para remover as sujeiras e detritos superficiais,
sempre no sentido contrário ao operador, para fora.

• Passar o almofada com pó de borracha, se necessário, por toda a superfície do
documento em movimentos leves e circulares, da direita para a esquerda, de cima para baixo sempre em sentido horário.

• Retirar o pó de borracha com o auxílio da trincha ou pincel.

• Se houver dejetos de insetos, restos de alimentos ou outras sujeiras, remover
com um bisturi, tendo o máximo de cuidado possível, promovendo no máximo uma raspagem superficial do papel.

. Também utiliza-se em casos extremos de infecção de mofos, fungos e detritos de insetos a aspiração das páginas e depois a varredura com trincha ou pincel, porém deve-se observar a necessidade de cuidar para que o vórtex de ar proveniente do maquinário não vá causar a suspensão de resíduos e sujeiras que novamente infestarão o acervo, utiliza-se um aspirador com bocal de trincha e exaustão voltada para fora do ambiente de trabalho.

c) Remoção de grampos
• Apoiar sobre a mesa o documento grampeado com o verso para cima.

• Abrir o grampo, com o auxílio da espátula.

• Puxar o grampo com delicadeza, para não rasgar o papel.

• Passar a trincha ou pincel no documento, retirando os detritos de oxidação.

• Aplicar a almofada com pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação.

. Caso hajam ainda intrusões metálicas na trama do papel, proceder a retirada cuidadosa com bisturi de forma á causar o mínimo de agressão ao papel.

d) Remoção de clipes

• Apoiar o documento sobre a mesa.

• Retirar o clipe, puxando-o com delicadeza no caso de estar oxidado.

• Passar a trincha ou pincel no documento, retirando os resíduos da oxidação.

• Aplicar a almofada com o pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação.

. Caso hajam ainda intrusões metálicas na trama do papel, proceder a retirada cuidadosa com bisturi de forma á causar o mínimo de agressão ao papel.

2.Processos Conservação:
  • pó de borracha
A limpeza com pó-de-borracha e muito eficiente porém muito lenta, um livro pode tomar um dia inteiro do profissional, sua indicação principal é a limpesa de detritos e sujeidades trazidas pelo leitor no ato da leitura ao livro, interferências acidentais como riscos e marcas de dedos sujos, pode inclusive retirar parcialmente intrusão de alguns tipos de fungos menos agressivos. De forma geral se a técnica é bem aplicada obtem-se inclusive o clareamento das páginas do livro ou documento.
Este material ainda não possui fabricante nacional, é caro e pode ser substituido por algo feito em casa com o mesmo resultado, bastando para tanto atenção e cuidado.   Trata-se de um saquinho de malha permeável e macio contendo finíssimo pó de borraçha plástica que ao ser suavemente sacudido sobre o objeto à ser tratado, libera o pó-de-borracha em pequenas quantidades, este pó será usado tal como uma lixa tomando o saquinho como uma flanela em movimentos circulares suaves de dentro para fora e de baixo para cima no sentido horário, assim gradativamente a maior parte da sujeidade adsorvida pelo papel se deslocará para o pó-de-borracha e será dispeçado na direção do corte superior, longe das vias aéreas do operador, que preferencialmente deverá estar usando máscara e luvas.
Pode-se usar um saquinho de tecido bem macio e poroso para encher de pó-de-borracha, que poderá ser moido em uma centrífoga de cozinha em um pó tão macio fino quanto possível.
É uma operação lenta e suave pois não é desejável que detritos do pó penetrem na malha microscópica do papel causando a ele problemas de outra ordem.
Sempre esta prática estará associada à varredura do papel, antes e depois da utilização do pó-de-borracha, com cuidado para que nenhum detrito permaneça na página evitando a compactação de sujeidades, pode também aspirar o papel para maior eficiência na higienização.
  • eliminação de intrusões ambientais
Em primeiro lugar devemos estabelecer o que são intrusos ambientais pois quase tudo que não é o livro ou documento pode ser considerado intruso ambiental.
Estas intrusões são oriundas em grande parte do ar, vão se depositando sobre os livros e documentos ou são trazidos à suas páginas durante a leitura, também vem nas mãos do leitor, em boa parte são retirados nos processos de higienização mas podem necessitar de uma retirada mais cuidadosa por meio de raspagem do papel com navalhas ou bisturís.
A rapagem é um processo posterior ao pó-de-borracha quando verifica-se a existencia de intrusões resistentes adsorvidas às camadas superiores do papel, é feita com extremo cuidado preservando-se ao máximo o substrato, sempre depois voltando a varrer com trincha macia e aspirar para retirar todos os resíduos e detritos resultantes.

VI - Técnicas de Restauro:

1.Desmembramento
  • retirada de colas e costuras
  • retirada de restauros antigos


2.Lavagem
2.1.Processo de lavagem 
  • preparo e condicionamento para lavagem

2.2.Diagnóstico de ph
  • teoria e técnica
  • retificação de acidez
  • latência

2.3.Clarificação
  • teoria e técnica
  • latência

2.4.Eliminação de rejeitos

2.5.Secagem

3.Técnicas de Refibragem e  Preenchimento
3.1.Preenchimento

3.2.Refibragem
  • preparo da goma
  • manuseio de equipamento
  • secagem

4.Prensagem

5.Encadernação e Acondicionamento
  • partindo de da prática de encadernação de materiais de alunos e proposições do curso

6.Oficina de Papel Artesanal


6.1.Métodos de fabricação artesanal de papéis

6.2.Tipos mais comuns oferecidos pelo mercado
  • visualização do direcionamento da fibra
  • teste de direcionamento da fibra

6.3.Confecção de papéis artesanais
  • papéis de alta gramatura
  • papéis para acabamento
  • papéis de fibras mistas
  • marmorização


7.Etiquetagem
7.1.Tipos e Compositores

7.2.Douradores
  • manuais
  • máquinas de douração



 Vd 1 .Sobre conservação e manutenção de acervos em bibliotecas

Vídeo do YouTube


Vd 2. Sobre conservação e restauro de livros e documentos

Vídeo do YouTube


Vd 3. Sobre restauro de livros e documentos

Vídeo do YouTube


Vd 4. Sobre restauro de livros e documentos

Vídeo do YouTube


Vd 5. Sobre encadernação comercial de livros

Vídeo do YouTube


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Texto 1

Existem várias receitas para encadernação artística, elas diferem quase sempre somente nos materiais de acabamento, pouco variando na técnica de encadernação, como pode-se ver no exemplo abaixo:


Material necessário
- 50 folhas de papel vergê 85g ou papel sulfite
- 2 folhas de papel vergê 120g ou colorplus
- Papelão calandrado 18kg, cortado na medida da capa
- Papelão calandrado 60kg, para a lombada
- Fitilho
- 1 tira de cabeceado, aquela fitinha para acabamento
- Papel kraft
- 1 pedaço de morin, aquele tecido usado como forro, sem lavar
- Tecido para revestir o caderno
- Linha para crochê nº 20
- Agulha de costura para linha 20
- Martelo redondo
- Estilete
- Pincel nº 20
- Régua de metal
- Lápis
- Dobradeira de teflon
- Cola branca
Passo-a-passo
Pegue 4 folhas de papel vergê 85g e dobre ao meio para formar um caderno para costurar Marca bem com a ajuda da mão e use a dobradeira de teflon para fazer o vinco. Vá montando os cadernos. Dobre em blocos de quatro folhas até acabar o papel. Faça um gabarito de papelão para marcar os 4 furos, onde será feita a costura. O primeiro furo é em cima e depois o de baixo, sempre a 1,5cm das bordas. No centro, são mais dois furos, distantes 1,5cm um do outro. Abra um dos bloquinhos e use a agulha para furar o papel bem na dobra de acordo com a medida do gabarito. Faça isso em todos os bloquinhos. Depois, costure com um fio longo da linha de crochê. Comece colocando a agulha em um dos furos das extremidades, deixando uma sobra de linha para depois fazer um nó. Passe a agulha pelo próximo furo como se estivesse costurando. Quando chegar no furo de baixo, coloque outro caderno em cima do primeiro e costure pra unir os dois. Nos dois furos centrais, faça uma laçada na linha do bloquinho de baixo, para dar mais segurança. Sempre que unir dois cadernos, passe a agulha pelo de baixo e dê uma laçadinha no meio para prender bem. Faça isso com todos os cadernos. De um nó nas pontas quando terminar de unir os bloquinhos. Agora, dobre ao meio as duas folhas maiores do papel vergê, para formar uma contracapa protetora. Vinque bem com a dobradeira. Cole estas guardas a uma distância de três milímetros da borda do bloco costurado. Cole também no lado oposto. Em seguida, passe uma camada de cola na parte onde houve a costura, que será a lombada do caderno. Deixe a cola penetrar bem. Depois de seca, arredonde a lombada com a ajuda do martelo. Faça nos dois lados, até formar uma canaleta do outro lado. Cole o fitilho, que será o marcador de páginas, na borda superior do caderno. Depois, cole um pedaço do cabeceado nas duas pontas da lombada. Ele deve ficar com o bordado virado para fora. Aperte bem e corte o excesso. Pegue o morim, marque o meio, e cole na lombada e nas guardas, sem cortar, arrematando os cantos. Corte uma tira de papel kraft, menor que a altura do caderno e medindo três vezes a largura da lombada. Dobre em três partes, passe cola num dos lados da tira e cole para formar uma bolsa. Depois, cole na lombada. A parte interna do caderno está pronta.


Formatos
Existem muitos formatos usados para livros, desde formas pouco usuais e materiais inusitados aos formatos eletrônicos novíssimos que anunciam uma revolução  sob todos os pontos de vista.
Entretanto a nós cabe analisar àqueles que têm o papel como substrato e que são a maioria esmagadora do que existe como acervo de bibliotecas por todo o mundo.
Desde tecidos toscamente atados contendo marcações numerais de colheitas da antiguidade às modernas encadernações de luxo com dourações e utilização de materiais estáveis, papéis alcalinos ou reciclados, o livro sempre será a tentativa do homem de guardar informações condensadas em um objeto portátil que resuma sua necessidade de controle do tempo, da vida e do mundo à sua volta, dando com isto testemunho de si, eternizando e dando forma ao imaterial e sensível.
O formato do livro é determinado basicamente pela intenção do autor ou editor na transmissão de sua mensagem, formatos verticais longilíneos como o ofício funcionam retirando o peso visual dos blocos de texto e da mancha como um todo, é muito usado em textos técnicos, didáticos, documentos e livros muito grandes com muitas páginas; já os formatos horizontais, quadrados ou áureos como o formato A tencionam dar um aspecto de robustez e densidade, quando pequenos nos intuem estabilidade e confiabilidade,  quando grandes servem aos livros de imagens ou de arte utilizando-se de esquemas de diagramação áurea que classicamente as favorecem. 
Retângulo Áureo 



Estes dois formatos conhecidos vulgarmente como padrão ofício e  padrão A são a base da quase totalidade do que é impresso e do substrato para a escrita por todo o mundo, seja pelo fabrico em bobinas ou aberto em resmas, o papel sempre apresentará para o diagramador estas possibilidades a partir do tamanho original que é sempre maior que o produto final devido às dobras e cortes.
Em verdade o padrão A verdadeiramente designa as dimensões do produto final editado:
FORMATO DIN
Série Principal
(Medidas em mm)

SímbolosDimensões
A 0
841 x 1189
A 1
594 x 841
A 2
420 x 594
A 3
297 x 420
A 4
210 x 297
A 5
148 x 210
A 6
105 x 148
A 7
74 x 105
A 8
52 x 74
A 9
37 x 52
A 10
26 x 37
A 11
18 x 26
A 12
13 x 18


Quando o diagramador planifica seu trabalho leva em consideração o tamanho original do papel, principalmente aquele definido pelo espaço entre as pinças de entrada dos grandes maquinários:
 FORMATO AA
(Medidas cm)
AA
76 x 112
A
56 x 76
½ A
38 x 56
¼ A
28 x 38
1/8 A
19 x 28
1/16 A
14 x 19
1/32 A
9 x 14

FORMATO BB
(Medidas em cm)
BB
66 x 96
B
48 x 66
½ B
33 x 48
¼ B
24 x 33
1/8 B
16 x 24
1/16 B
12 x 16
1/32 B
8 x 12
acima foram desprezadas medidas em milímetros e consideradas os valores inteiros em centímetros


Escolhido o formato final o texto se acomoda nos cadernos criados pelas dobras sucessivas, sedo que a primeira dobra e todas as ímpares (A, 1/4 A, 1/16 A; B, 1/4 B, 1/16 B) produzem uma mancha favorável ao formato vertical enquanto a medidas base (AA e BB) e as dobras pares (1/2 A, 1/8 A, 1/32 A; 1/2 B, 1/8 B, 1/32 B) produzem formato horizontal à mancha, do contrário estaria-se imprimindo contra o fio do papel o que mais tarde certamente produziria deformação dos cadernos e do livro e fatalmente o descarte de todo o material.
Dobras ou cortes sucessivos produzem material em diferentes tamanhos vertical ou horizontalmente
Exemplos de tamanhos e formatos de livros em padrão A e ofício:
 cortes ou dobras do padrão ofício

 Livros em padrão ofício empilhados com o Atlas da Fauna Brasileira e os de formato A com Biologia série Brasil. Abaixo livro encadernado em ofício com uma régua de 30 cm ao seu pé
 Padrão ofício desde livros didáticos e de banca até manuais impressos e encadernados em espiral
 livros em diferentes padrões

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Texto 2

Orientação da fibra do papel


As páginas de um livro ou documento sempre são orientadas pelo pé perpendicularmente ao sentido das fibras, isto garante a resistência do objeto como facilita a abertura e manuseio das páginas com um mínimo de danos às fibras dos papéis, permitindo aumento considerável da vida útil dos materiais.
Por vezes é fácil verificar visualmente a orientação das fibras de uma folha de papel, porem na maioria das vezes faz-se necessário um teste muito fácil de verificação.



1. Toma-se uma amostra em formato retangular do papel que se quer verificar;

Corte Vertical
 Corte horizontal


2. Umidecer um dos lados da amostra tomando o cuidado para que o outro lado permaneça seco;



3. A amostra se dilatará do lado úmido formando uma calha orientada no sentido das fibras microscópicas do papel.

Corte vertical
 Corte horizontal



As fibras se orientam assim devido ao batimento para peneiragem das telas nas formas que formatam a mistura do papel, é fácil entender pegando palitos e derramando-os em uma bandeja, balançando o conjunto sempre na mesma direção e sentido em movimentos ritmados, veja que os palitos orientam-se perpendicularmente ao movimento de forma a rolar uns sobre os outros.

Antes do batimento


Após o batimento horizontal



Vd 6. Fabricação industrial de papéis.

Vídeo do YouTube


Vd 7. Fabricação artesanal de papéi
s

Vídeo do YouTube


Vd. 8. Fabriacção artesanal de papéis

Vídeo do YouTube







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